terça-feira, 5 de outubro de 2010

Cumplicidades entre espécies



Impunha-se hoje falar da República... Impunha-se, mas não o vou fazer!
Nos tempos que correm em que a grande maioria dos portugueses estão completamente descrentes com o que há 100 anos atrás, os que viveram esse acontecimento, vislumbravam como sendo a mudança para tempos de prosperidade, hoje, 100 anos depois ainda se aguardam esses tempos vindouros.
É certo, que somos e seremos sempre eternos insatisfeitos... Por isso, e porque há algo que ainda subsiste ao longo do tempo, em muitos locais, com a beleza original, delicio-me hoje com estas libelinhas!
Andavam há dias num zigue-zague estonteante, que me deixaram com a cabeça a andar à roda e os nervos em franja ao tentar fotografá-las. Voavam livres entre os arbustos e as margem do rio Arade, numa brincadeira desconcertante. Apareciam-me em frente aos olhos e desapareciam como que por magia, parecia que jogavam ao esconde-esconde comigo! Por momentos, quase conseguia ouvir os seus risinhos marotos, os seus sussurros atrás dos juncos, como que a dizer: É tão tola, ela não nos apanha!
Foi quando, quase que por clemência, uma bela libelinha vermelha, se dignou, na sua infinita beleza fazer-me a vontade, colocando-se ao meu dispor em diversas poses. Parecia uma top-model da "Centralmodels", poisando delicadamente em cada galhinhos do fino arbusto, mostrando a sua elegância natural e magreza curvilínea, de fazer inveja em qualquer espécie!
Passei, assim, umas boas duas horas, desprendida de todas as preocupações mundanas, de horários e obrigações, entregue por completo àquele momento de cumplicidade transumana.

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