terça-feira, 15 de março de 2022

Caminho

 




Tu, que me levas nas tuas linhas semirretas

Pautadas por curvas de asfalto,

Embalas o olhar no céu saudoso

Vestido de rosmaninho.

Tu, que invades o solitário devaneio,

A quem as lúrias abrigam

Quando o sonho é despertado.

Tu, que guardas os murmúrios

Em cofres de ventanias,

Acolhes no teu regaço

O sopro ilusório dos condenados.

Tu, que entre equações de incertezas

Desvendas os infortúnios

Da malograda passageira que acolhes.

És o ponto de partida que procura a encruzilhada,

Destino de encontros desalinhados

Que sepultam sonhos almejados.

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