sábado, 13 de março de 2010

| Ausência |

... ao fim de alguns minutos voltei lá. O sol brilhava como antes, as pessoas moviam-se descontraidamente nos seus passeios de sábado à tarde, havia um velhinho sentado há horas no banco de jardim (penso que este homem é a única testemunha do que aconteceu). Olhei as aves que rodopiavam soalheiramente sobre as águas, elas transmitiam-me, estranhamente, uma sensação de mudança. Sentei-me no muro, linha ténue entre mim e o rio, levantei o olhar após alguns minutos de reflexão...
O barco continuava lá, parado, ancorado à margem do rio, baloiçando com a correnteza. Perdi-me na confusão dos meus pensamentos e, desejei ver-te de tal forma, que a tua imagem apareceu nitidamente junto ao arreio do barco. Levantavas a mão para mim acenando, com um sorriso nos lábios e aquele olhar intenso com que me olhavas sempre. Senti o coração sair-me do peito, as pernas balançaram de novo, uma mistura de pânico e felicidade apoderou-se de todo o meu ser! Estaria louca? Fechei os olhos, olhei de novo, tudo estava igual, a tua ausência era dolorosamente real...
(Devaneios de sábado à noite)

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